terça-feira, 30 de junho de 2009

Decididamente o meu grande desafio é vencer-me a mim mesmo, superar os meus limites espirituais e encontrar a fonte de força e poder que reside em tudo e do qual eu sou parte.
Sinto que eu sou aquele que me derrota mais vezes, perante os desafios que me coloco e enquanto lido com as minhas dificuldades e virtudes. Vejo que o facto de me envolver emocionalmente e sentimentalmente com o que me rodeia, não me deixa passar superficialmente pela vida e circunstâncias. Sou um animal de sentir! Muitas vezes fico vulnerável e exposto, mas não tenho receio de me expor nas minhas fragilidades, claro, salvaguardando com inteligência a minha integridade humana e a vida. Sempre!
Quando me reservo e pareço distante e secreto, não é mais que a minha armadura e sempre que me defendo com a minha solidão é como se dissesse que a minha espada está pronta a ser desembainhada e que estou disposto a honrar aquilo em que acredito.
Por vezes penso se não seria mais fácil competir com os outros, como é consensual e até normal, mas a força que me impele é a de comprovar o meu Amor por tudo e por isso devo querer ser maior que eu mesmo. Sei que estou muito aquém daquilo que considero a perfeição, desse Amor Pleno de Compaixão, dádiva e gratidão. Mas, faço-me o meu único caminho, sabendo que não tenho outro a percorrer e nessa certeza, procuro dançar a minha dança da vida, existindo assim com quem apenas sabe sentir e ampliando ou expandindo o sentir à emoção do ser.
Nem sempre me consigo Amar, mas a diferença reside em querer Amar. Como se algo dentro de mim soubesse que somente existo para Amar. Come se sentisse que a consciência é esse Amor e certo da sua presença em tudo, conseguisse alcançar como uma facilidade de que concorda com a vida, tudo o que esta reservou para mim.
Sinto que se for receptivo e sensitivo à vontade da minha realização no todo, terei a possibilidade de experimentar o culminar de mim em toda a beleza que me é possível. O meu único deslumbre é a realização do auto conhecimento e essa é a minha demanda em todos os instantes da minha vontade, mesmo quando me vou abaixo e pareço querer desistir é porque Amo a força da esperança e o poder revelador da fé a destapar os véus do mistério que transmuta tudo em virtude.

Álvaro Guilherme
30 Junho 2009

segunda-feira, 29 de junho de 2009

O poeta volta sempre ao seu estado embrionário.

AMO TODAS AS MÃES DO MUNDO




SAVE THE PLANET EARTH,
SAVE YOUR MOTHER.


O nascimento é equidistante à morte,
Na vida são como gémeos da mesma mãe.
São hemisférios, são os dois equinócios no ano

Viver e como ser equador de pólos opostos
E ser Equânime em relação à vida e à morte,
Porque com equidade são equiparáveis mas equilibrados...

O
Pai
Filho
Espírito
Santo
Sou
Eu
O
Pai
Filho
Espírito
Santo
Sou
Eu
O
Pai
Filho
Espírito
Santo
Sou
Eu
O
Pai
Filho
Espírito
Santo
Sou
Eu
O
Pai
Filho
Espírito
Santo
Sou
Eu
O
Pai
Filho
Espírito
Santo
Sou
EQUI... Eu

Álvaro Guilherme
06 Março 2009


Considero a existência humana infinitamente solitária. Por mais que se busque e companhia do “outro”, por mais que essa proximidade se espelhe realista está sempre longe demais para o nascer e morrer. Longe da génese da vida, do embrião uno e do espírito que encarna único, intocável e inalcançável aos demais.
O Ser é na sua essência total, unificado e imortal. Um ciclo de infinita incomensurabilidade.
Mas no entanto há um sonho mais terno de cumplicidades e companheirismo no caminho da vida, há uma demanda de Amor em busca de si realizado no outro. Esta dualidade inerente a natureza do mundo, esta polaridade é fecunda e não descansa dentro do espaço-tempo, que na verdade é momento, mutação e ciclo. Enfim Vida,
no seu estado mais sagrado de devoção à existência.
Tudo é um culminar orgásmico, clímax da fertilidade da vontade maior de cada um de nós e este é o lugar onde o finito e o infinito se tocam, numa beleza transcendental.

Álvaro Guilherme
29 Junho 2009



Há pedaços de mim
Espalhados pelo chão
Do tempo.
Mas se o tempo existe,
Então eu sou o chão
Fértil...

E o rio que em mim flúi
É também estuário
E refugio migratório
Para o meu lado que voa,
Livre
Para lá do tempo...

E o ar é o espírito
Que sustêm o ser.
Único a existir,
Em tudo que respiro.
Vivo!

Só dentro do momento
Sobrevivo
E o tempo não é beleza,
Mas a ultima certeza
E única...

Álvaro Guilherme
13 Janeiro 2009








Vazio de poesia, sem vislumbre
Do meu eu mais lírico.
Ou será teimosia e penumbra
A esconder o meu lado mais clínico.

Canta a ironia e o costume
E o preguiçar empírico,
A tal mania de sombra
A aludir uma luz mais cínica.

Ai! Se eu pudesse seria Alhambra
Na Granada de mim implícito.
Sierra Nevada em Junho,
Cruz alta do meu suplicio.

Seria Sol e Andaluzia luzidia
Ao sol do meio-dia e sombra
Azul, nos caminhos fugidia.
A lua e a serra sobre o Alhambra.

Álvaro Guilherme
28 Junho 2009

terça-feira, 23 de junho de 2009

segunda-feira, 22 de junho de 2009

VESPERA DE...



Espreita a morte,
No sentido figurado.
Espreita a solidão
Corroída
Agigantada na sorte
De ser da alma mais
Que doída.
Olhar brilhante e forte
Chora a doida,
De compaixão ao norte
Como uma estrela caída.

Qual é o meu ponto cardeal,
Na minha noite eterna,
Onde só a luz ao fundo
Não tem mal.
Sou nessa noite
Uma lanterna
De alcance boreal.
Como uma mão fraterna.

Álvaro Guilherme

22 Junho 2009

domingo, 21 de junho de 2009



CATEDRAL DE SANTIAGO DE COMPOSTELA


LOVE AND DEVOCION




Amo-te Jesus!

Amo-te Jesus!

Amo-te Jesus!

Diz-me onde queres
Que a teus pés seja levado.
Por amor a ti
Irei onde tu quiseres que vá.

Ensina-me
O caminho que Tu És,
Meu amor,
Quero aprender
O teu Amor.

Ensina-me o caminho
Para o altar de Ti,
Meu Deus!
Irei a teus pés
Despojado.
Quero dar-te
Louvor devoção
E serviço.
Porque Tu És
O que procuro!

Álvaro Guilherme
29 Abril 2007

QUE SAUDADES DO CAMINHO DE SANTIAGO!


"Não passes pelo Caminho...
deixa antes que o Caminho passe por ti..."
O Caminho de Santiago é um itinerário de peregrinação que é recorrido anualmente por milhares de peregrinos de todo o mundo, os quais se dirigem a pé, em btt ou a cavalo, ao sepulcro do Apóstolo São Tiago Maior. O Caminho de Santiago é ainda percorrido por pessoas que não vão em peregrinação ao sepulcro do Apóstolo São Tiago Maior... No entanto o Caminho de Santiago é um caminho aberto a todos.
Evite julgar os demais...

O SEGREDO DOS DEUSES

O SEGREDO

Tu és ilha e rochedo
Que se esconde mar a dentro,
Eu sou refúgio e porto de abrigo
E os dois baía em segredo.

Só a lua, o mar e o vento
Visitam esse mundo secreto
Quando o céu é o limite e o tempo voa
E juntos buscamos algum alento...

No momento em que o medo
Dá lugar ao sentimento
E o único risco que corremos
É que tudo se transforme em desalento.

Ficamos fundidos num beijo
Á espera que não seja de engano
E por entre ânsias e desejo
Mergulhamos num aparente profano.

E no oceano planam as gaivotas
Por entre musicas e conchas
Trazem promessas de carícias
E de muitas coisas tontas.

Nesse lugar onde somos
O marulhar do mar a enrolar
Na areia dos nossos desenganos,
Enrolados em nossos segredos...

Álvaro Guilherme
06 Abril 2008

O CAMINHO

Dou por mim
Sem me dar conta
Dentro de ti.
E mais!
Parece que
Já lá tinha estado antes
Inconsciente.

Dentro de ti,
Parte de mim
E do todo...

Onde quer que vá
Tu estás lá
A revelar,
De novo
O já antigo.
Eu dentro que ti
A caminho de mim.

Álvaro Guilherme
29 Fevereiro 2008


MÁS ALLÁ Más Allá
Por un áspero Camino

Un cansado Peregrino

Busca la Felicidad;

Más allá

(Anónimo – Século XIX)

EL CAMINO

Más Allá
Por un áspero Camino
Un cansado Peregrino
Busca la Felicidad;
Y cuantos al paso halla
Todos le dicen que vaya
Más allá
Y cruza por los estrados
De los palacios dorados
Buscándola con afán;
Y entre el rumor de la orgía
Siempre una voz le decía
Más allá
A gentes de las montañas
Pregunta si en sus cabañas
Con ellos habita en paz;
Y ellos bajan la cabeza
Respondiendo con tristeza
Más allá
Penetra con desaliento
Por los claustros de un convento
Y se postra ante un altar;
Y entre el rumor de las preces
Oye a veces, solo a veces:
Más allá
Al fin, en el campo santo
Con ojos llenos de llanto
Busca la Felicidad;
Y una figura huesosa
Le dice, abriendo una fosa:
Más allá
(Anónimo – Século XIX)


A NOITE MAIS CURTA DO ANO...


SAUDO O SOLESTíCIO DE VERÃO

sábado, 20 de junho de 2009



Hoje não senti
Estive além,
Por negação
De mim,
Por ti. Alguém.
Constante afecto
Que não descansa,
Próximo e indirecto,
Com preserverança.
Efeito abstracto
De dissonante aspecto
Como o substrato
Essencial do ser...
Circunspecto,
Observo todas as
Vertentes antigas...
Num certo aspecto,
Querendo todas as
Coisa pendentes
E reprimidas.
Tentando
Compreender a forma
Das coisa sem forma,
Tentando perceber
Que aspecto poderão ter
Essas coisas sem forma.
Permaneci céptico
Sem saber porquê,
Quando uma voz em mim
Chamava por você.
Não quis sentir
A proximidade distante
Nesse instante.
Aparentemente
Calmo e ameno
Como uma noite de verão
Mediterrânica,
Transparente
De cristal pleno
De repente,
De volta ao nosso calor
Numa noite ao serão,
Numa praia atlântica
Como uma onda oceânica.

Álvaro Guilherme
20 Junho 2009


Pseudo soneto

Na engrenagem da vida, engenho
O mecanismo da existência é vital,
Orgânico, místico e espiritual.
Ninguém sabe de onde venho.

Gira com empenho a grande roda
Da fortuna, sem sorte ou destino,
Mas se perder o norte ou tino
Descontrolo a mecânica da moda.

No momento, é imenso o realismo
Dissolve-se o tempo com surrealismo,
Por mais que esboce o meu desenho.

Entrado na grande maquina do tempo,
Retirado como para um convento
Sou um moinho de vento, ao abandono.

Sou eu que avanço no momento
Quando de mim sou dono
E me elevo do meu sono...

A lua nasceu tímida novamente,
Mas o sol já se avizinha imponente
No ciclo a que retorno...

Eu quero pertencer á minoria.

Álvaro Guilherme
20 Junho 2009

" Considero a vida uma estação, onde me devo demorar ate que chegue o comboio..."

LUA MENTIROSA


Os dois
Numa praia deserta
Numa noite de Junho

Depois
A acção certa,
Com punho.

Sem
Aparente razão,
Um abraço carinhoso

Nem
Segunda intenção,
Apenas algo amistoso

Nós
Comungamos com estrelas
Os nossos segredos,

A sós
Duas luas amarelas
Viram os nossos medos.

Muito embora
Façamos um belo par
Não somos perfeitos.

Sem demora
Voltamos a ignorar
Os reprimidos afectos...

Se o amor for premente,
Acontecerá de repente
Quando for urgente.

Álvaro Guilherme
20 Junho 2009

sexta-feira, 19 de junho de 2009

SONETO


Só a solidão me conforta,
Só ela me quer amar,
Só ela me bate à porta
Com vontade de me abraçar.

Eu finjo que não lhe quero bem,
Faço até que nem a vejo,
Mas ela age com desdém
Perante o desimulado ser.

Quer ser minha companheira
De prazeres e aflições.
Mas tem que ser à sua maneira

E com lisonja e seduções
Senta-se à minha beira
Querendo dar-me lições.

Álvaro Guilherme
23 Fevereiro 2009

Eu, promontório de mim,
Cabo do meu mundo
Sem principio, nem fim.

Sou alguém,
Que não pertence a minguem.
Sou quem, não é de nada...
Ámen.

Sou pária sem pátria,
Pais ou país.
Árvore sem raiz...

Verdade ou realidade?
Não sei!

Sou infinitamente só e alem...
Alem de que sou. Infinitamente só...

Alguém,
Fragmentado de poesia inacabada.

Álvaro Guilherme
18 Fevereiro 2009



Só as madrugadas me dão esse prazer,
De deslizarem lânguidas em meu ser.

Só as madrugadas despertas,
São para mim portas abertas.

Só ali eu me sinto tranquilo,
Infinitamente só, ao meu estilo.

Existindo em espaços sem gente
E só por isso ser diferente.

Como uma madrugada sem gente...

Álvaro Guilherme
14 Fevereiro 2009

Para ti a paz profunda das águas correntes.
Para ti a paz profunda do fluxo de ar.
Para ti a profunda paz da terra em silêncio.
Para ti a profunda paz das estrelas luzidias.
Para ti a profunda paz do Filho da paz.

Bênção Celta.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

À Quarta, “raios partam a vida!”
Porque se mata o pobre a trabalhar?
Faz-se a vida como uma eterna subida
De sedes saciadas de vinagre, difícil de tragar.

À Terça já não há quem aguente
O desespero que se sente cá de dentro,
Depois de uma noite a aguardente
A tentar consertar o desconcerto.

À Segunda “é pior que bater na avó!”
Porque o dinheiro acabou a meio do mês
E há no peito um aperto e na garganta um nó,
Porque não se entende nada disto ou que mal é que se fez?
À Sexta já dói tudo e nem se sente
E o almoço já azedou na marmita,
Faz-se um esforço para se sentir que é gente
E bebe-se bagaço, para ver se a coisa arrebita.

Á Quinta nem o Cristo quis morrer
E ficou, no monte das oliveiras a padecer,
Á espera que Deus o viesse socorrer
Veio Judas e deu-lhe um beijo de morrer.


Taverna


A vida ao revés

Aos domingos há petiscos na taverna
Porque é duro ter que suar para comer
E o patrão é rico, mas paga abaixo da tabela
E esta vida é um osso muito duro de roer.

Aos Sábados há iscas com elas
E petingas com arroz de feijão
E boa pinga sempre ali á mão,
Porque a semana foi farta de mazelas.
Álvaro Guilherme
17 Maio 2009
Ás vezes descaminho paralelo ao abismo
De se ser alma, no estado humano e frágil.
Regresso ao princípio,

Mas encontro sempre o mesmo fim
Onde sou nada com tudo

E tudo com nada de mim
E quando me olho só vejo o que fui,

Além do que sou e passou...

Álvaro Guilherme
13 Junho 2009
Quem é o Impostor, que sempre viola a minha vontade?

Não passa um dia que eu não me lembre
Desse amor antigo,
Suspenso no tempo como uma nuvem

Incerta nos céus...
Beijo as minhas feridas de Cristo,

Quando o pecado está mesmo ali, ao lado
E em meus sentidos sinto-me coroa de espinhos involuntária
Que delicadamente, coloco, na minha própria cabeça áurea...


Álvaro Guilherme
14 Junho 2009

...longe...

Falta-me a plenitude
De um certo preenchimento prometido
Que me cavou em socalcos um vazio

No sentir, que quer dormir
Repousadamente, longe

De todas as obrigações e desprazeres
Que pousam sempre, lentamente

Em minha mente descontente,
Perante uma satisfação que desentendo

E desatino, ao entender.

Álvaro Guilherme
14 Junho 2009

...neblinas...

Longe do alcance do meu olhar,
Está o farol que me ilumina a vontade
E me guia,

Sempre que o pensar envolve tudo
Como uma névoa.
Lembra-me dos perigos dispersos

Aos olhos tomados pelas febres
E alucina num mar espelhando ilusão,

Serena como a morte
Contida em vão, ante os apelos da mente,

Aberta na palma da mão.

Álvaro Guilherme
14 Junho 2009

Fado

Infinitamente só por condão,
Como o mais negro fado a chorar
Como uma capa negra ou um xaile
Que cantou na véspera de nada.
Entre paredes falsas escondido
Nesse fado esquecido de amar,
Como uma sina ou destino
De não ter aquele alguém.

Como uma garrafa vazia sobre a mesa
E os copos cheios de sede e saudade...

Álvaro Guilherme
15 Junho 2009

" ...se a alma não é pequena."

Foi sempre, somente,
o amor que me fez
continuar,
mesmo quando
já não havia mais nada,
em que acreditar.

Só esse apelo
me fazia continuar,
na senda dessa sede...
Por entre sentimentos
e sofrimentos, tudo é maior,
por amor, tudo vale a pena
"se a alma não é pequena".

No meu silencio Sou amor
e regresso a casa, outra vez...
sempre nessa saga
em busca de sossego,
junto de ti, outra vez.
Meu Amor de Sempre.
Não te conheço, nem sei quem és,
talvez apenas um bater de asas
e voar, mais uma vez.

Descubro que nunca sai de casa,
nem nunca tive um destino
mas somente um caminho
para ti. Para mim. Longe de tudo...
Um mundo e dois sois,
caminhando lado a lado,
contemplando
o esplendor de Ser Amor
Uno. Dentro de tudo,
Somente Amor.

Álvaro Guilherme
18 Junho 2009

A Estética da Poesia

31 Maio 2009
Entrou-me
O corpo de dor
Pela porta
E sentou-se
Dentro de mim.
Já nada me importa

Absurdo
Sentir ausência
Da essência
De mim,
Mas já não importa.
Que derrota!

Fraco e frágil,
Anjo de asa partida,
Santo sem altar.
Só há um caminho
Peregrino em mim,
Caminhar.

Álvaro Guilherme
18 Junho 2009