quarta-feira, 1 de julho de 2009



Deixo esvair o sonho,
Vazar como uma maré.
Nas noites sem sono
Sem ninguém ao pé.

Velório da ilusão,
Manta de retalhos.
Utopia sem razão
“Carga de trabalhos”.

Sonhar é abstracção
É estar aquém do que é
Desperto na desilusão
Longe de mim e da fé.

É estar adormecido
Despertar de paradigma,
É ser espancado sem sentido
Pela mente em seu enigma.

De manha ao acordar
Pensei ter despertado,
Mas sonhei a vida a passar
Ao largo, sem ter ao meu lado.

Acordei e não te vi, insisti
Buscando quem já não estava,
Chamei e procurei por ti,
Mas junto a mim nada restava.

Nesse momento passional
Jurei assassinar o sonho,
Pleno de uma paixão ocasional
Senti-me num pesadelo medonho.

Mergulhei no conceito do ser,
Do ter “o pão de cada dia”,
Deixar a gratidão permanecer
E ir vivendo sem ter a mania.

Álvaro Guilherme
30 Junho 2009

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