domingo, 5 de julho de 2009



Hoje fui um mar, aparentemente temperamental aos caprichos do vento moderado/forte de Verão. Fui um mar ondulando na superfície de si mesmo, enrolando e encrespando um azul céu que não é azul, mas incolor.
Senti as golfadas das ondas empurradas por uma força que não é sua e lançadas sobre o meu corpo despido, na mesma praia de sempre.
Dentro de mim latente imperava o subtil desejo de lançar a minha luz sobre os homens e ser o Sol, assim como o tempo/medida parece ter governado desde sempre a ilusão nos olhos dos homens.
Então vi, que era apenas o vento a agitar tudo o que via e impelindo tudo ao redor do meu querer. Transparente e invisível, Aquele que tudo toca e permanece intocável, assim como a existência parece limitar a vida na sua condição mortal, senti-me apenas dentro daquilo que existe, como um quadro impressionista da eternidade.
Eu, quinto elemento, reunindo em mim a terra, água, ar e fogo como o universo reúne em si todo o mistério daquilo que não posso entender, mas somente perscrutar, intuir e sentir.
Eu, o brilho espelhado da luz fecunda de um destino desconhecido, sobre um mundo superficial de cores resultantes de um branco alvo, reluzente e luminoso. Com esplendor de aura.

Álvaro Guilherme
04 Julho 2009


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