quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Desfragmentação do universo que sou


Frustração, fracasso,
Falhei onde não devia.
Falhanço e fiasco,
Fiz o que não podia.

Duvida, divergência,
Desengano do que queria.
Deitei por terra a emergência
Do que em mim urgia.

Erro, errante de errar
Por erros que cometi,
Dei por mim a jurar
E não fiz o que prometi.

Dualidade, díspar,
Dedo na minha ferida.
Deixei-me atacar
Pela minha dor querida.

Dardo, besta e lança
Archote enquanto ardia.
Guerreiro que não alcança
Tudo o que poderia.

Deixo atacar-me por mim
Como um grande animal
Pelo vicio que me quer por fim,
Pelo mostro do meu pior mal.

Fui por mim traído
E pela minha própria mente.
Fiquei comigo sentido,
Mas não me consegui fazer frente.

Nunca houve qualquer aliança
Comigo e em propósito.
Agredi a minha esperança
Mas fi-lo por mim de propósito.

Álvaro Guilherme
21 Outubro 2007

A ruína que sou


...dei por mim em lado nenhum.
Olhei para o lado e não vi ninguém,
Já não estava lá ninguém!

Quis nesse momento sentir-me só,
Mas isso já não era possível
E muito pouco provável...

Quis ir daqui para ali, mas não consegui...
...pensei tomar posição,
Mas já o havia feito.

Percebi então,
Que era apenas mais alguém
Que está de passagem...
...e que não vai para lado nenhum.

Álvaro Guilherme
29 Abril 2006

Desassossego

Outra manhã em que espero por quem já não está. Por enquanto ainda parece que vai chegar para falar de amor sem promessas ou compromissos, pelo medo da entrega a quem eu sou. Sexo por sexo, exasperante e meramente cru. Infelizmente já ninguém é de ninguém para mal do meu coração carente e afito por algo maior. Quando sinto o teu corpo no meu, mas não o queria assim... depois ficarei só, exactamente no ponto onde sempre estive junto de ti. Só! Violador e violado de mim mesmo... tudo por apenas mais um beijo, um afecto, uma noite de calor humano. Enquanto me vazo no teu corpo e tu no meu, consumando o que há de mais primário em mim, sem ti. Em ti, sem mim num quarto vazio que nunca foi nosso, numa casa por inventar que nunca foi contruida, num espaço só nosso que nunca existiu. Até quando subsistirá a ruína que sou?

terça-feira, 29 de setembro de 2009



Como poderei eu fazer-te entender que tudo acabou antes do fim, antes da realização, antes de concluir-mos tudo por inteiro.

Como poderei eu dizer, sem te magoar que já não me sinto feliz, pelas coisas que não foram feitas em tempo certo....

Como poderei eu continuar o meu monólogo contigo, sem nunca ter entendido bem o que assimilavas das minhas palavras, em tentativas exsperantes de diálogo.

Como poderei eu dizer o adeus derradeiro perante a frustração de tudo ter investido e nada ter alcançado, daquilo que é o mais importante para mim...

Como poderás tu entender o meu cansaço, desespero silêncioso e a lamina com que me cortas as veias azuis.

Como poderei continuar a dizer que te amo...

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Tu tens um coração puro, disse-me o bêbado na estação de seviço quando entre os seus personagens de ridiculo, parou e me olhou nos olhos. Eu não tenho medo de morrer, mentiu, outra vez...
Quando de ti ficou apenas a fotorafia de perfil que teimo em ver repetidamente (mas isso é outro assunto). Sei o que procuras, conheco por dentro a saudade que retêns quando evitas olhar-me enquanto falas, tal e qual como eu. E continuas dizendo que o teu sonho é igual ao meu, sem dizer...enquanto olhas o vazio dos tempos de palavras ausentes e os meus desejos divagam pela história de amor que dilatas e expandes com o arrepio que me fazes sentir.
O cheiro do teu corpo já conheço de outras existências e agora está aí, outra vez, conheço-o desde que fui criado, como tu!
Verifico nesse momento que tudo o que é mais precioso, permanece intacto. O propósito de ser é o mesmo que a outros níveis já conhecemos...como anjos que travam passagem na ponte, que liga as margens da dor. Queres permanecer, mas deves partir, porque algo dentro do sentimento grita que o ser ainda não deve ser perturbado.
Que estranho que é reconhecer o teu cheiro divino, quando ainda não o conheço, mas somente a essência por nós conhecida é identificada e tu dizes que não a sentes...mentes, porque ébrio de amor o teu coração sabe que eu sou aquele que sou.
Fui eu que te fui buscar ao princípio do amor que guardamos durante todo este tempo, ambos ouvimos o rugido de cío do predador homem, clamando por realizar o que lhe é devido.

Anjo azul


Hoje sonhei que conheci o meu anjo azul. Veio ter comigo e levou-me a passear. Beijou-me e disse que ainda não! Disse, deixa estar o melhor para depois! E partiu, abalou comigo no coração...quis fazer amor com...mas tornou tudo mais precioso ao dizer que "o mundo não acaba hoje", ficando adiada toda a emotividade de uma saudade por saciar. Partilhamos o eterno OBRIGADO, deixando saciada a vontade de apenes rever o amor pré acordado...
Álvaro Guilherme
21 Setembro 2009

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Amor é a cura para todos os males


O som do silêncio no infinito dos corpos

Todos caminhamos para o mesmo lugar


Dentro do nosso silêncio, todos precisamos de alguem!
-Segura a minha mão e deixa-te ir em busca de nós,
enquato nos juntamos aos deuses dos sete mares
e o oceano que somos grita a urgência de ser...

O silêncio de uma vela no coração

REQUIEM

Um dia,
Descansarei,
Em Jerusalém.
Á Luz do Senhor.
Serei um só
Para além do pó
E da carne.

Eu,
O Ser
E Deus.

Em uníssono
De existência
E Unidade.

Total.

Eternamente
Para além
Do bem e do mal.

Um dia,
Serei, Jerusalém.
Sem portas ou janelas,
Muros ou lamentações.
Sem céu, inferno ou purgatório,
Mas apenas
Imortal devoção intemporal,
Que se cumpre em si somente,
Sem qualquer figuração celestial.
Um dia serei, um dia serei...

Um dia serei,
Como fui
E sou.

Tão inerente como inalcançável.
Sem princípio nem fim:
Mundos; Galáxias;
Ou Universos.
Mas apenas
A simplicidade do eterno,
A respiração cósmica
Da Liberdade e do Amor.
Sopro do Deus dos Deuses...


Um dia serei Jerusalém,
Além de tudo o que se sente.
Além do nunca, agora ou sempre.
Ser somente... Além...

Um dia,
Voltarei a ser
Um só com tudo,
Como sempre fui
E Sou.

E sem qualquer intervenção de mim mesmo
Serei o etéreo, onde a conscienciosa habita.
Como um universo dentro de um mundo;
Como um mundo dentro de um átomo;
Como um átomo dentro de nada...

Aí, serei Jerusalém, Ganges ou Meca.
Serei todos os peregrinos de todos os tempos.
Serei todos os mestres, profetas ou santuários.
Serei templo e catedral imensa e Total.
Dentro de um espaço sem espaço nem tempo...

Serei igualmente todos os menos importantes
De que não há memória. Os sem história,
Com ou sem baptismo, sagrado, profano ou pagão.
Serei uma Jerusalém sem chaves, códigos ou guardiães,
Mas eterna na santidade da união de todos os corações.

Serei a musica e a dança da criação cíclica
Para além de qualquer sentimento ou emoção.
Muito para além de tudo o que é oração, ou meditação.

Pura Vida, Paz e Devoção,
Isenta de qualquer tentativa
De chegar perto de quem sou.

Apenas o ser consciente e presente
Em Amor, Perdão e Gratidão,
Sem querer ir onde não vou...

Álvaro Guilherme
06 Agosto 2008

O silêncio de um eco não devolvido

O silêncio de um grito
No vale do silêncio,
De um eco aflito,
Contido, imenso.
Serei o vale ou a montanha,
O grito ou o eco ausente?

Indiferente aos meus passos
O caminho parece meu
Enquanto passo descalço
E não sinto o que doeu.
Serei o caminho ou chão?
Serei o pó ou a criação?

Sou o amor de existir
Consciente de quem sou
E ás duvidas de mentir
Deixo-as passar e não me dou.
Porque eu vou por ali
E sei onde estou!

Álvaro Guilherme
14 Setembro 2009

O silêncio de uma coluna sem chão


Ontem fizes-te anos, eu lembrei-me. Mas pela primeira vez quiz não te dar os parabéns. Passei por ti e já não estava lá quem fomos...sei o que sentes e tu sabes o que sinto, mas o nosso papel foi finalmente cumprido, talvez até á proxima vida.
23 Setembro 2009
Álvaro Guilherme

O silêncio de uma catedral de papel


Perdido em beijos á procura de ti, catedral de mim,
Vou divagando pelos corpos em demandas de amantes,
Não és tu, mas eu em desencontros, em busca do fim
Que te busca na certeza encontrada por instantes.

Já nada quero com os sonhos, mas somente com a tua alvorada
Anunciada á minha alma, nos momentos em que te sinto presente,
Em caminhadas incessantes tentando tocar, a minha estrela mais amada,
Que te escuto em vozes inexplicáveis e intocáveis afectos que sinto, de repente.

Já não corro atrás de ti nem te procuro
Quero eu pensar assim comigo mesmo em segredo,
Quando a sós vou irrompendo pela vida em nossa busca
De encontros e desencontros do que ainda não conhecemos.

E depois como será quando enfim entre olhados
Em nossos cheiros de desejos aguardados de ausentes
Os dois entregues um ao outro em promessas e para sempres,
Jurando, vivendo, morrendo e assim permanecendo...

De saudades não há quem queira viver
Muito menos do que ainda nem se tem nem pode ver,
Mas uma certeza porém parece ser eternamente,
Essa espera por alguém que ainda há-de estar presente.

Álvaro Guilherme
23 Abril 2008

O silêncio de uma rosa a preto e branco


Esperei-me noite dentro
Como uma chama apagada,
Mas de mim não vim ao encontro
Nem por um mero momento.
Minha alma desolada
Foi de manha um escombro,
Um assombro de desencontro.

Só a solidão me espreitou
Durante a minha madrugada,
Desmembrada em meu ser
Amargurado por tudo o que não sou.
Mas somente uma luz refractada
A tentar trespassar, o transparecer.

Veio o dia de rompante assustador,
Cinzento como eu a enegrecer,
Nem o sol me acolheu por um instante,
Mas somente mais um dia aterrador
A tentar a minha alma socorrer.
Mas não foi o bastante para ser o meu amante...

Álvaro Guilherme
14 Dezembro 2008
Não sou o jardineiro,
Mas sim o jardim.
Sou pão sem padeiro,
Sou o criador de mim.

Cheiro a amor ardente
Que não abandona no fim,
Mas sim perpetuamente
Fico esperando por mim.

E assim vou ficando diferente
E crescendo ás estações,
Aparentemente ausente
Perante as minhas acções.

Sou o beijo que não engana,
Desejo que não enfeitiça,
Sou a fragrância que emana
De uma flor chamada justiça.

Sei e deixo amar
Aquele que me criou,
Que nada me deixa faltar
E que nunca me falhou.

Sou tudo aquilo que busco,
Sou aquele por quem esperei.
Sou um perene arbusto, robusto,
Sou tudo o que ainda não dei.

Álvaro Guilherme
05 Outubro 2007


segunda-feira, 7 de setembro de 2009

A cooperação faz parte da minha vida diária

A cooperação é a verdadeira cura para a solidão.
É impossível ficar isolado quando os nossos talentos
e habilidades estão a serviço da alegria de trabalhar
juntos por um objectivo comum.

Abrindo as portas que há em nós


Imagina-te trabalhando pera Mim, e se o teu amor por mim for o que deverá ser, encontrarás uma alegria real e uma verdadeira delícia ao fazer todas as coisas com perfeição. Além disso, tu verás que tens muito tempo para fazeres o que deve ser feito. Jamais percas tempo a convencer-te que não tens tempo e que estás demasiado ocupado. Simplesmente, vai em frente e faz o que deve ser feito.
Deixa a tua vida fluir suave e pacificamente sem qualquer precipitação. Quando começares o dia da melhor maneira, com o coração cheio de amor e gratidão, e com o sentimento de que será um dia maravilhoso onde tudo se colocará perfeitamente no seu lugar, tu atrairás tudo isso a ti.

sábado, 5 de setembro de 2009

Aparição

Parece estar a acontecer tudo o que eu já sabia por intuição que viria a acontecer. Qualquer coisa que foge ao sentido lógico dos acontecimentos, como se não tivesse a ver com o espaço-tempo que é do senso comum humano, mas algo que transcende a realidade das coisa fúteis a que o homem se agarra por conveniência, medo e apego.
Parece tarar-se de algo que apenas pode acontecer na verdade do momento, onde reside o cerne e a essência das coisas sagradas. No templo que é o espírito, génese criadora á semelhança do Criador.
Como se todos os acontecimentos de uma vida convergissem para um ponto desconhecido á partida, mas o único que concorda inteiramente com o que significa ser-se, viver-se. No fundo algo que questiona a existência desde o principio do homem espiritual.
Como se não houvesse qualquer duvida acerca de nada, de repente. Os sonhos parecem querer tornar-se realidade, os desejos mais privados parecer projectar-se para acontecer. Quando tudo se resume a que eu sem saber, já sabia que isto teria de acontecer desta forma.Até o desconhecido se torna pequeno e insignificante, perante a grandiosidade da alma do poeta desconhecido, peregrino do Amor Maior. E não se trata de nada mágico, ou paranormal. Nem sequer de destino ou predestino. Mas somente a simplicidade do coração que deseja alcançar a casa, isto no sentido metafórico desta análise.
A lua cheia que alcança o clímax neste momento parece querer confirmar que o ciclo se cumpre sempre e que tudo é eterno, sem princípio nem fim. Revela com clareza de luar que se volta para onde se pertence, como quem caminha cumpre o dever do corpo e da mente, mas quem peregrina cumpre os desígnios da alma e do espírito.
Há sim um sentido premonitório que sempre acaba por se confirmar num instante de clarividência.
Sem encontrar, nada faz sentido e sem procurar não há sentido para a vida.
O conhecimento dos passos que se dão na realidade é, não apenas a certeza da existência, mas muito mais. São a confirmação que tudo faz parte da mesma coisa desconhecida pelas limitações do que significa ser-se humano, mas que o espírito reconhece á partida quando aceita reconhecer a verdade. Simbolicamente, significa o regresso, a meta e a partida. O cerne do poder criador.
Álvaro Guilherme
¾ de Setembro de 2009