segunda-feira, 20 de julho de 2009



Há um buraco dentro de mim, onde me escondo da alegria. Num gesto involuntário e nada premeditado, mas quase mecânico, lanço-me no meu abismo de estimação. Detenho-me e percebo que já lá estava um certo estado de alma fazendo refugio numa cela aberta, sempre esteve lá à espera impaciente, como num estado crisálida depois do larvar, à espera que a borboleta rara tenha o tempo que merece. Estranho e até bizarro este lugar sem gente, não como uma madrugada tranquila, mas como alguém longe da festa e triste.
Flácido e desconjuntado de sentimentos e emoções recentes, vagueio longe da lógica consensual e desejo um caminhar controverso, é como carregar, não uma cruz, mas uma lápide para um jazigo existente em parte incerta, longe da glória dos homens. Enquanto um grito surdo ressoa mas entranhas de uma mãe ausente e um pai falecido e distante.
Álvaro Guilherme
20 Julho 2009

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