segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O silêncio de uma vela no coração

REQUIEM

Um dia,
Descansarei,
Em Jerusalém.
Á Luz do Senhor.
Serei um só
Para além do pó
E da carne.

Eu,
O Ser
E Deus.

Em uníssono
De existência
E Unidade.

Total.

Eternamente
Para além
Do bem e do mal.

Um dia,
Serei, Jerusalém.
Sem portas ou janelas,
Muros ou lamentações.
Sem céu, inferno ou purgatório,
Mas apenas
Imortal devoção intemporal,
Que se cumpre em si somente,
Sem qualquer figuração celestial.
Um dia serei, um dia serei...

Um dia serei,
Como fui
E sou.

Tão inerente como inalcançável.
Sem princípio nem fim:
Mundos; Galáxias;
Ou Universos.
Mas apenas
A simplicidade do eterno,
A respiração cósmica
Da Liberdade e do Amor.
Sopro do Deus dos Deuses...


Um dia serei Jerusalém,
Além de tudo o que se sente.
Além do nunca, agora ou sempre.
Ser somente... Além...

Um dia,
Voltarei a ser
Um só com tudo,
Como sempre fui
E Sou.

E sem qualquer intervenção de mim mesmo
Serei o etéreo, onde a conscienciosa habita.
Como um universo dentro de um mundo;
Como um mundo dentro de um átomo;
Como um átomo dentro de nada...

Aí, serei Jerusalém, Ganges ou Meca.
Serei todos os peregrinos de todos os tempos.
Serei todos os mestres, profetas ou santuários.
Serei templo e catedral imensa e Total.
Dentro de um espaço sem espaço nem tempo...

Serei igualmente todos os menos importantes
De que não há memória. Os sem história,
Com ou sem baptismo, sagrado, profano ou pagão.
Serei uma Jerusalém sem chaves, códigos ou guardiães,
Mas eterna na santidade da união de todos os corações.

Serei a musica e a dança da criação cíclica
Para além de qualquer sentimento ou emoção.
Muito para além de tudo o que é oração, ou meditação.

Pura Vida, Paz e Devoção,
Isenta de qualquer tentativa
De chegar perto de quem sou.

Apenas o ser consciente e presente
Em Amor, Perdão e Gratidão,
Sem querer ir onde não vou...

Álvaro Guilherme
06 Agosto 2008

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